Há diferentes maneiras de realizar o sonho da casa própria. É possível pagar pelo imóvel à vista ou financiado, por exemplo. O comprador também pode optar por comprar o imóvel - seja uma casa ou apartamento - pronto ou na planta. Nesse caso, ambas as opções têm vantagens e desvantagens e cabe ao interessado na compra avaliar quais são suas prioridades para fazer uma boa escolha.
Os benefícios de se comprar um imóvel na planta, segundo Alcides de Melo Junior, o sócio-proprietário da imobiliária Re/max Best, está relacionado à valorização imobiliária no futuro. Ele cita a infraestrutura moderna dos imóveis a serem construídos, assim como características de personalização à escolha do cliente, além da facilidade de pagamento por meio de financiamentos.
Já para a corretora e perita em avaliações imobiliárias Solange Borges, da Imobiliária D’Amico, a maior vantagem de comprar um imóvel na planta está nos custos, que são menores do que na compra de um imóvel pronto, pois não há a necessidade de um grande desembolso de imediato. "Há facilidade de negociar o pagamento até a finalização da obra. Um imóvel na planta vem com instalações com tecnologias novas e equipamentos mais modernos, ou seja, os espaços podem ser planejados no estilo de vida da família. Durante a construção é possível escolher alguns materiais de acabamentos ao gosto do comprador, além de programar toda mudança com calma e organização", avalia.
Por outro lado, Solange lembra que a principal desvantagem de comprar um imóvel na planta é com relação aos riscos de situações referentes à instabilidade econômica, que, dependendo do caso, pode atrasar a entrega da obra. "Há incorporadoras que não cumprem com a qualidade do memorial descritivo com relação aos materiais e acabamentos e, por esse motivo, é sempre bom conhecer outras obras da empresa antes de fechar o negócio", explica a corretora.
Comprar um imóvel pronto também tem suas vantagens. Uma delas é o fato de o comprador conhecer exatamente o que vai adquirir antes de efetuar a compra, além da disponibilidade de usufruir do imóvel imediatamente e com possibilidade de financiamento por meio de crédito imobiliário. "É possível verificar não só a estrutura, mas também fatores que podem ser decisivos para o bem estar, como a luz do sol, ventilação, entre outros detalhes, como tamanho e os acabamentos (materiais utilizados, piso, revestimentos)", detalha Solange.
A corretora finaliza dizendo que ao optar por comprar uma casa ou apartamento pronto é preciso redobrar a atenção quanto ao estado de conservação desse imóvel. "Embora aparentemente em ordem, pode haver problemas estruturais de infiltrações e rachaduras, instalações elétricas e hidráulicas. Normalmente exigem reformas de atualização nos acabamentos, equipamentos e instalações de modo geral", orienta.
Vale a pena comprar agora?
Diante do cenário atual, qual seria a melhor opção para adquirir um imóvel? Pronto ou na planta? Do ponto de vista de Alcides, não há uma opção certeira. "Não há uma regra clara que defina quando é melhor optar por um ou outro, pois a questão passa pela análise prévia da possibilidade e da necessidade no momento da decisão pela compra", diz.
Solange acrescenta que existem perfis e situações diferentes ao adquirir um imóvel, justamente porque há diferentes condições de pagamento e a necessidade de desembolso de recursos de cada cliente e dos motivos que deseja investir. "Se quer fazer uma poupança aos poucos, o imóvel na planta é o ideal, se precisa de uma moradia rapidamente, a opção é um imóvel pronto. Atualmente, adquirir um imóvel pronto é mais seguro devido a grande instabilidade financeira e o custo de materiais subindo a cada dia".
Questões jurídicas
Independentemente de como escolheu comprar um imóvel, o comprador precisa se atentar a questões legais. No caso de um imóvel na planta, é preciso examinar alguns detalhes do contrato, como prazo para entrega do imóvel e tolerância, para que possa planejar a sua mudança para o imóvel e exigir seus direitos num eventual atraso, segundo o advogado especialista em direito imobiliário Pedro Ricardo Pereira Salomão, sócio do escritório Salomão Advogados.
Além disso, deve-se atentar para o valor das prestações a serem pagas para a empresa, taxa de juros, índice de correção monetária e o método de amortização do financiamento que será adotado, para qual será o valor exato de quanto e quando as parcelas sofrerão aumentos. Observar também as regras contratuais para desfazimento do negócio (multas e indenizações a serem pagas para a empresa), caso no futuro ele precise desistir da compra e devolver o bem à empreendedora.
"Por fim, mas não menos importante, o consumidor deve exigir que lhe seja apresentado o Registro do Empreendimento junto ao Cartório de Imóveis local, pois a emissão deste documento pelo cartório pressupõe que a empreendedora cumpriu com todos os requisitos necessários ao lançamento e venda dos imóveis", explica o advogado.
No caso dos imóveis prontos, os cuidados devem ser, principalmente, a análise dos vendedores e situação do imóvel. Segundo o advogado, é preciso averiguar se o vendedor e/ou até mesmo quem o antecedeu, possui dívidas ou outras obrigações pendentes que possam atingir a venda ou prejudicar o comprador.
"Se uma pessoa possui obrigações pendentes, seu patrimônio deve responder por tais obrigações e não pode ser livremente vendido. Nesta avaliação entram as certidões de processos, de protestos, de dívidas estaduais, federais, trabalhistas, entre outras. Em relação ao imóvel, é preciso averiguar se existem débitos que acompanham o bem, pois o comprador do imóvel acabará se responsabilizando por seu pagamento. Portanto, é necessário apurar se existem dívidas de condomínio, de IPTU, de água e esgoto ou outra obrigação que se refere à propriedade do imóvel", explica Pedro.
(Fonte: Diário da Região)
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