Grupo criminoso é investigado por suspeita de financiamento de campanhas para vereadores em todo o Estado de são Paulo
A Polícia Civil de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo, investiga um esquema criminoso que movimentou mais de R$ 8 bilhões por meio do “banco do crime” e mais 19 empresas para apoiar candidaturas em cidades de São Paulo, inclusive em Rio Preto. As suspeitas é de que o grupo ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) esteja financiando campanhas para vereadores, segundo as investigações.
A Operação Decurio foi deflagrada no dia 6 de agosto e cumpriu 20 mandados de prisão temporária e 60 de busca e apreensão em 15 cidades paulistas. Foram apreendidos celulares, veículos, armas de fogo, cerca de R$ 25 mil e US$ 4,6 mil em dinheiro, além de relógios de luxo.
As investigações se iniciaram após a prisão de uma mulher responsável por guardar drogas na região de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Os policiais descobriram que ela é esposa de um líder da facção criminosa e servia como meio de comunicação entre os integrantes presos com os que continuam nas ruas.
Por meio da apreensão de cartas, documentos e aparelhos eletrônicos, os investigadores identificaram diversos membros do bando e conseguiram os mandados expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Direitos da Capital.
No decorrer das investigações, as equipes ainda descobriram um esquema estruturado, feito pela organização criminosa, para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Além disso, foi possível identificar um projeto de infiltração de integrantes da quadrilha nas eleições municipais, lançando candidatos aos cargos em disputa. Ao menos uma servidora municipal foi identificada como membro do alto escalão do bando.
Segundo a reportagem sobre o caso, publicada pelo UOL neste domingo (1º), o andamento das investigações mostrou que entre as empresas envolvidas há um banco, semelhante a uma fintech, com sede na Grande São Paulo. A instituição teria sido criada por membros do PCC para lavar dinheiro e financiar candidaturas nas eleições, segundo o delegado responsável, Fabrício Intelizano.
O homem, apontado com o fundador do banco, tem experiência de trabalhar com política, segundo a polícia. Ele era o responsável por indicar pessoas ligadas ao PCC para a esposa de um preso por tráfico de drogas, também indicado como como membro do grupo criminoso.
Ainda de acordo com a reportagem do UOL, o delegado Intelizano afirmou que está cruzando informações e que Rio Preto está entre as cidades alvo do grupo, assim como Campinas. “Pretendemos pegar os celulares, cruzar informações e fazer operação nessas cidades”, afirma o delegado. O chefe da Seccional de Mogi das Cruzes, Waldir Covino, afirma que a prioridade das próximas fases da investigação será mapear infiltrações do PCC na política.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo não informou quais partidos e políticos de Rio Preto estão sendo investigados. “Os fatos seguem em investigação pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) de Mogi das Cruzes, que em 6 agosto, cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão, no âmbito da Operação “Decúrio” contra envolvidos no crime organizado, na capital e em cidades da região metropolitana e do interior paulista. A ação realizou 13 prisões e diversas apreensões de celulares, relógios, notebooks, tablets, armas de fogo, munições e dinheiro em espécie, além de oito veículos. As investigações prosseguem na unidade policial, com vistas ao esclarecimento de outros crimes e participação de mais envolvidos”, diz o documento.
Por Bia Menegildo / Gazeta de Rio Preto