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Em quase trinta anos como motorista, Deuzimar não se alimenta de preconceitos: “Eu me acho muito capaz de fazer tudo”
09/09/2019 15:53 em Cidades

Deuzimar Nogueira é paraense e veio para a região de Rio Preto após o casamento

 

 Por Nando Silva

09/09/2019, às 15h51

Esqueça a história de mulheres na boca de fogão, cuidando do lar e alimentando os filhos. Acabe com a ideia de que tarefas de homens não podem ser realizadas pelo sexo oposto. Isso porque as mulheres passariam o rodo em toda a sujeira da discriminação e garantiram de vez seu espaço na busca pela profissão que tanto almejam. A constante mudança no decorrer dos anos fez com que o público feminino tivesse seu espaço definitivamente garantido fora do limite da casa e passasse a contribuir ainda mais no sustento da família.   Profissões, antes, dominada apenas por homens, agora seriam também regidas pela força e determinação da mulher.

Às 5h, horário de pais ainda estarem na cama, é hora de uma mãe encarar a rotina diária de trabalho. Faça frio ou calor, a tarefa de Deuzimar Nogueira é levar pessoas a mais um dia de trabalho.  O talento em guiar o volante de um não veio do estado de São Paulo, mas viajou do Pará até a região de São José do Rio Preto – SP. Sua profissão, portanto, veio na mala junto com novos desafios. Como seu esposo residia em solo paulista, resolveu continuar em Nova Aliança, cidade próxima a Rio Preto.

No Norte do Brasil, a mulher guiava não apenas um veículo de carga sobre rodas, mas sobretudo transportava consigo a história de determinação que a acompanha até os dias de hoje. Como seu esposo residia em solo paulista, resolveu continuar em Nova Aliança, cidade próxima a Rio Preto, e se prontificou a ficar pela cidade paulista e constituir família.

Atualmente, com quase trinta anos de profissão, a também carreteira teve histórias que ainda continuam em sua memória. “Em uma das viagens que estava fazendo, (de São Paulo a Belém) aconteceu um acidente muito grave, envolvendo uma senhora grávida. Tive que fazer um parto no meio da rua. Eu não tinha muita experiência, estava começando. Foi um marco na minha vida. Uma coisa triste, mas ao mesmo tempo uma história muito linda”, explica.  

Em entrevista ao Sextou realizado no último dia 06, a motorista desabafou sobre os casos em que a discriminação ainda caminhava ao lado de suas tarefas diárias. Quando atuava na Usina de Belo Monte, em Pará, a mulher viajava com uma carga muito grande e muito pesada.  “Saia de Camaçari (Bahia), rumo à Fortaleza (Ceará), com cinquenta e cinco metros de cumprimento. Eu me acho muito capaz de fazer tudo.”

 

 

Foto: Reprodução/Unsplash

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