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Ministério Público denuncia Igor Campos por assassinato de Guilherme Lord
Rio Preto
Publicado em 11/12/2020

 

Caso ocorreu em setembro e para o promotor há indícios de motivação passional para o crime.

  

O Ministério Público denunciou o desempregado Igor Campos Vieira, de 27 anos, pelo assassinato de Guilherme Lord Wilson da Silva Costa, de 24 anos, ocorrido no dia 13 de setembro na casa do acusado, no bairro Jardim das Oliveiras, em Rio Preto.

Embora Igor tenha alegado em depoimento que o crime foi motivado por questões financeiras, para o promotor, há indícios de que a morte do jovem teve motivação passional. Os dois eram amigos há sete anos e estavam morando juntos há duas semanas.

No dia dos fatos, vizinhas relataram ter ouvido gritos de socorro da vítima, que pedia para Igor parar de agredi-lo. Quando o SAMU chegou ao endereço, ele já estava morto. Laudo necroscópico apontou que a vítima tinha fratura nos dedos, costelas, dentes quebrados, além de aproximadamente 30 hematomas por todo o corpo. Ainda foram constatadas hemorragias internas no pulmão e fígado. Trecho da denúncia informa que “o próprio laudo pericial necroscópico atestou a presença de meio cruel na execução do crime”.

Igor fugiu após o homicídio e se apresentou no 4º Distrito Policial duas semanas depois, alegando legítima defesa. Em declaração, ele afirmou ter convidado o amigo para ser sócio em um delivery de comida. Segundo explicou, ele entraria com o dinheiro e Guilherme com o trabalho. No dia dos fatos, a vítima teria dado início a uma discussão, exigindo ser o proprietário da empresa. Igor diz que “Guilherme ficou irreconhecível e pegou uma pequena faca de serra de pão para ameaçá-lo”, momento em que se armou com um cassetete e apenas se defendeu. O objeto foi localizado na casa do denunciado após o depoimento e foi apreendido como prova do crime.

A versão de legítima defesa não convenceu o delegado responsável pelas investigações, porque provas testemunhais e periciais indicam que as agressões se estenderam por longo tempo, além de Igor não apresentar nenhuma lesão resultante da suposta luta. Ele está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Rio Preto desde o dia 12 de outubro.

Apesar do alegado pelo denunciado, o promotor ressalta na denúncia que “fortes suspeitas surgiram no sentido de que a vítima Guilherme também mantinha relacionamento amoroso homossexual com o denunciado Igor, eis que Guilherme era bissexual e em determinadas ocasiões se vestia como mulher, existindo relatos de que havia fortes suspeitas que Igor também se relacionava amorosamente com Guilherme. Tais suspeitas se evidenciam, também, na forma de execução do crime, que revelou aspectos de crime passional, ou seja, por desentendimento sentimental ou amoroso entre vítima e denunciado, o que também se consiste em motivo fútil, desproporcional à consequência adotada por parte do denunciado”.

 

Foto: Reprodução/Facebook

Por: Tati Queiroz 

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