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Residente em Rio Preto há 40 anos, autor de “Meu Reino Encantado” é homenageado na Expo Rio Preto
Música
Publicado em 07/10/2019

No primeiro dia de evento, o homem recebeu uma placar que o condecorou como um dos maiores nomes compositores brasileiros, além de sua reconhecida relevância ao cenário artístico rio-pretense

 

07/10/19

Por Nando Silva, às 15h05

É fato que o tempo passa, entretanto, os vestígios de cada época não podem ser apagados, mesmo aqueles que marcariam uma geração. A música é um símbolo da cultura, que, apesar de anos após sua criação, pode tornar-se um verdadeiro hino de um determinado segmento. O valor de que uma respectiva canção recebe é fruto de dedicação, mas sobretudo de inspiração, em especial, por aquele que a compõe.

Meu Reino Encantado, música composta em 1979, foi gravada por João Mulato e Douradinho no ano seguinte. A dupla conhecida pelo gênero caipira alavancou com esse sucesso e despertou interesse de outras em regravá-la, tais como Felipe e Falcão, Lourenço e Lourival e Daniel em parceria com seu pai, José Camilo, em 2000.

Mas o que nem todo mundo sabe é que o autor de Meu Reino Encantado mora no interior de São Paulo. Valdemar Reis, residente há 40 anos em Rio Preto teve sua inspiração no período em que viveu no campo, em Araçatuba, cidade natal. "Eu compus e gravei 1.666 canções com diversas duplas sertanejas em todo o Brasil. As que mais me atraíram e me inspiraram foram:  Na Voz do Vento com Ronaldo Viola e João Carvalho; Jeitão de Caboclo, também com Daniel, além de Meu Reino Encantado; A Bolinha, com Marcos Violeiro e Cleilton Torres; e Meu Paraíso, com Chico Amado e Xodó. Essas são as canções que mais me inspiraram e aa que mais me tocam", destaca.

De Araçatuba para o Brasil, Valdemar ganhou reconhecimento que lhe rendeu  frutos, tais como alguns prêmios que o colocariam no rol dos principais nomes da música caipira. Na última quarta-feira, dia 02, no Recinto de Exposições em Rio Preto, Valdemar foi homenageado mais uma vez. No primeiro dia de evento, o homem recebeu uma placa que o condecorou como um dos maiores compositores brasileiros, além de  dar destaque para a sua importância ao cenário artístico rio-pretense.

Na edição 57 da Expo Rio Preto, vários artistas foram convidados para cantar. De 02 a 05 de outubro, As Galvão, Divino e Donizete, Almir Sater e Sérgio Reis se apresentaram. A novidade deste ano foi o Festival de Viola Caipira, que premiou com a quantia de R$ 22 mil e um troféu em consideração aos violeiros do noroeste de São Paulo. A premiação foi entregue no domingo, dia 06, data que marcaria também o encerramento da festa.

A entrada e vagas de estacionamento foram francas em todos os dias de evento.

 

Cantor Cascatinha, da dupla com Inhana, também morou em Rio Preto

Reduto de grandes artistas, a cidade de Rio Preto foi o destino também de artistas de outro segmento artístico. Na música caipira, Cascatinha, que fez parceria com Inhana, sua futura esposa, viveu em Rio Preto o resto de sua vida. Nos início dos anos 1980, após a morte da parceira de dupla e esposa, Cascatinha casou-se de novo com uma mulher rio-pretense, e por aqui ficou até sua morte.

Alaor dos Santos, usou o seu doutorado para contar a história de Cascatinha enquanto esteve pelo noroeste paulista. Além de destacar o seu histórico enquanto o cantor residente em Rio Preto, o professor destacou em seu trabalho o valor da música sertaneja, com destaque à música caipira. Segundo Alaor, Cascatinha veio passar os últimos anos de sua vida em São José do Rio Preto ao lado de sua esposa, a senhora Maria Helena.  

Alaor destaca que as entrevistas para a composição de sua tese de doutorado foram realizadas na varanda da casa do artista, e que a alegria do cantor era um de suas marcas registradas. “O Cascatinha (Francisco dos Santos) era uma figura muito irônica. Esse lance de animar plateias fazia com que Cascatinha criasse um empatia em shows. Ele era uma pessoa muito hilária, muito bem humorada. Contava muitas histórias no meio da entrevista. E foi muito legal. Fizemos três seções gigantes, de duas horas e meia, cada entrevista.”

O cantor conhecido pelas músicas Índia e Meu Primeiro Amor, faleceu em 1996, mas sua memória ainda segue preservada, cuja nostalgia pode ser sentida nos dias atuais. Isso por que a Biblioteca Municipal de São José de Rio Preto disponibiliza aos visitantes o Museu Cascatinha e Inhana, que traça o histórico da dupla e seus principais trabalhos artísticos construídos durante toda a vida.    

Foto: Acervo pessoal

 

 

 

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