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Prestes a completar 80 anos, Ricardo Mariano relembra sua passagem pela Herbert Richers
Entretenimento
Publicado em 21/05/2019

O bordão “Versão Brasileira, Herbert Richers!” virou marca registrada deste carioca. Era desta forma que Ricardo Mariano, 79, finalizava seus trabalhos na Herbert Richers, empresa de dublagens de séries, desenhos e filmes internacionais, que tinha como sede a cidade do Rio de Janeiro; Mariano completa 80 anos no próximo dia 11 de junho

 

Por Nando Silva

21/05/19, às 17:50

Versão Brasileira, Herbert Richers! Para o público, é praticamente impossível não associar esta frase a alguém muito familiar, já que, a partir dos anos 1950 - até os anos 1990, dominou a versão brasileira de produções cinematográfica provenientes dos Estados Unidos.  Mas o referido bordão não teria tanta força, caso uma voz não fosse ecoada durante tantos anos. Em 1972, dois anos após a chegada da TV à cores ao Brasil, outra novidade pintava. Ricardo Mariano daria o primeiro passo na carreira de locutor e narrador de televisão, algo que se estenderia por quase vinte anos.

O bordão “Versão Brasileira, Herbert Richers!” virou marca registrada deste carioca. Era desta forma que Ricardo Mariano, 79, finalizava seus trabalhos na Herbert Richers, empresa de dublagens de séries, desenhos e filmes internacionais, que tinha como sede a cidade do Rio de Janeiro.

Em entrevista concedida à Rádio Web Unirp, nesta quinta-feira, 16, Mariano contou sobre os bastidores da Herbert no período em que atuou. “Naquele tempo, os dubladores eram escalados com o diretor. No meu caso, não. Eu recebia o roteiro dos filmes, ia para dentro do estúdio. Eu acompanhava os filmes de acordo com a movimentação da trilha sonora e das empresas que distribuíam”, conta.

Havia momentos em que Mariano tinha sinais para facilitar a entrada inicial, que se dava em referência a uma imagem em tela. Em Havaí cinco zero, o seu início da locução era acompanhado pelo movimento da onda. A partir de então era narrado a distribuição, identificação do filme, atores e o encerramento.

Ricardo Mariano conta que não se dirigia sempre à Herbert. “Eu não precisava ir todos os dias. Recebia a quantidade de filmes por semana. Talvez, se precisasse, voltava ao estúdio. Eu ia uma, duas ou três vezes, no máximo, por semana,” frisa.

Mariano começou a carreira de locutor de rádio em 1963, pela Rádio Clube Fluminense. A partir de então, passou a atuar em outras emissoras, como Rádio Carioca, Tupi e Rádio Globo. Mas na foi na Rádio Nacional onde o Mariano ganhou a oportunidade de maior projeção na carreira. Por intermédio de uma amiga, ao qual também atuava na Rádio Nacional, ele ganhou a primeira oportunidade de narrar para a TV. “Também trabalhei no rádio-teatro. Foi onde me deu oportunidade de ir para a Herbert Richers, que era com a Carmem Sheila, que era dubladora (e ainda é), e me convidou,” finaliza.

Atualmente, com 79 anos, Ricardo Mariano vive com a sua família em Rio das Ostras, litoral norte do Rio de Janeiro. Depois da descoberta de pólipos nas pregas vocais (surgimento de bolhas), em 1988, resolveu se aposentar dos microfones, definitivamente, em 1991. Mariano completa 80 anos no próximo dia 11 de junho.

Ouça a entrevista na íntegra através do link.

 

O QUE É DUBLAGEM?

A dublagem é arte de traduzir um conteúdo original e transformá-lo em outro idioma, atribuindo a eles a técnica de criação da versão brasileira, seja de filmes, desenhos, séries, documentários, entre outros. A intenção da dublagem é fazer com que o público possa compreender aquilo que o ator fala no decorrer da cena.

O primeiro trabalho a ser dublado no Brasil foi A Branca de Neve e os Sete Anões, de 1937. O longa foi adaptado em 1938 e contou com a dublagem de cantores do rádio, como a artista Dalva de Oliveira.

Por determinação do então presidente, Jânio Quadros, em 1962, ficou decretado que todos os filmes estrangeiros exibidos no Brasil passariam a ser dublados.

O áudio original dos atores, por vezes, não é seguido à risca. Em algumas oportunidades, o diretor de dublagem pode alterar uma palavra ou frase que o telespectador possa desconhecer seu significado.

Os estúdios de dublagem brasileiros estão basicamente limitados ao eixo Rio-São Paulo. No Rio de Janeiro, por décadas, a Herbert Richers ficou no topo das produções. Já em São Paulo, a Arte Industrial Cinematográfica ou A.I.C. foi a grande conhecida por lançar desenhos, como "O Pica-Pau", "Os Flinstones", "Manda-Chuva", entre outros. Atualmente, o estúdio de São Paulo cedeu lugar à BKS, e a do Rio de Janeiro já não existe mais.

Para ser um dublador, é necessário realizar um curso técnico ou ser graduado em Artes Cênicas. Com o certificado em mãos, o profissional deve buscar junto ao SATED – o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões  - requerer o registro profissional, documento que dá direito a atuar inclusive na arte de dublar.

 

Foto: Reprodução/ Facebook

 

 

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